terça-feira, 2 de março de 2010

Pai

O meu pai morreu! Noite de 29 para 30 de Janeiro, a dormir, sem ninguém dar por nada, sem ele próprio sentir dor... O meu pai morreu... Teve alturas em que não foi um bom pai, alturas em que foi óptimo, outras em que simplesmente não foi nada, mas apesar de tudo era meu pai!! Nunca lidei muito com a morte, não se proporcionou, mas de há uns 2 anos para cá as coisas mudaram, primeiro três amigos, três pessoas próximas desapareceram, 3 razões diferentes, três formas diferentes e três sentimentos diferentes... E agora esta... Podia ter falhas, podíamos discutir por tudo e por nada, não nos darmos, não falarmos, mas muito do que sou a ele o devo! Ainda não sei bem como lidar com isto, não sei o que dizer nem o que fazer, ele há-de estar em algum lado, lá do outro lado a sentir a falta da minha mãe, a falta da muleta dele, do apoio, a continuar a falar bem das filhas aos outros apesar de na nossa frente não ser capaz de uma elogio. Não sei o que sentir nem como exprimir, simplesmente sem palavras, simplesmente com um nó no coração e a saber que isto ainda não é nada. O tempo levará as coisas a bom porto, atenuará o que agora parece impossível... Mas antes disso ainda vamos ter que passar por algumas, a primeira já foi, o aniversário da minha mãe, faltam outras... Vamos ver como corre. Tenho a sensação que não escrevo coisa com coisa, que ando meio maluca e a ficar burrinha, leio o que escrevi e nada me faz sentido se olhar racionalmente, se olhar emocionalmente é o conjunto do que sinto: uma grande confusão... Pai, onde quer que estejas, o que quer que faças, espero que saibas que cada uma de nós à sua maneira, sente e irá sentir sempre a tua falta. E tenho a pequena sensação, muito pequena que esta não é a última vez que te escrevo. Saudades da Tanessa (como depois de tantos anos ainda eras o único que me chamava isso, sim vi a lista telefónica do teu telemóvel). Até um dia!!