sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fotografias / Palavras

Gostava de conseguir, com apenas uma foto, captar aquela imagem que valeria por mil palavras... Adoraria de poder, num só clique, guardar para sempre aqueles sorrisos de outrora... Mas como tal não me é possível encosto-me às palavras para me lembrar, para guardar.

Não tenho o dom de outras pessoas, tenho o meu! O meu jeito para as palavras que tanto e tão pouco se fizeram notadas nesta longa caminhada percorrida em conjunto. Quando eu com inúmeros vocábulos não consigo chegar nem a metade do que uma imagem me diz serve-me o consolo de que, com tantos e variados palavreados, consegui tocar algumas pessoas e principalmente consegui apaziguar este espírito errante e ansioso que jaz dentro de mim. Sim, porque eu sou assim, assim como um fotógrafo que tenta captar a essência do momento, eu tento captar, em insignificantes palavras, a minha própria essência, não escrevo sobre os outros, escrevo sobre mim em relação aos outros, uso as palavras para chegar a alguém, uso este dom para, ajudando-me, auxiliar outros. Mas por vezes, no meio desta grande confusão que é o significado das palavras, gostava de, em apenas num momento, conseguir o que com palavras me demora uma eternidade a atingir.

Gosto que me digam que lhes faz bem ouvirem-me, gosto que as minhas palavras sirvam de algo a alguém, já que a mim de nada servem, ninguém é bom conselheiro de si mesmo. Costumo ser directa quando falo com as pessoas, deixo as voltas à rotunda para quando escrevo para mim, assusto com a confiança que transmito, assusto-me com a insegurança que guardo cá dentro. Será que alguém conseguiria captar esta dualidade que existe em mim? Se existe quase que acredito que és tu, tu que eu afastei, olhando para onde não devia, fascinada pelos berloques e pelas pavanas, atraída por algo irreal, no qual nem eu própria acreditava. O que está feito, está feito, serve-me apenas de lição para não voltar a repetir.

Apenas com um clique conseguirias um sorriso meu e guarda-lo para sempre!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Hoje

Hoje decidi que tudo ia mudar!

Hoje decidi que nada ia mudar!

Andei às voltas e mais voltas, pensei e voltei a pensar, tomei resoluções e alterei-as por completo. Tanto matutei, tanto imaginei, tanto idealizei que a meio caminho já tudo se misturava! Acordei confusa... Quantas vezes a vida se transforma?! Quantas vezes paramos a meio e nos deparamos com uma encruzilhada, um sem número de caminhos onde apenas podemos escolher um?! Posso não escolher os que já conheço, ou aqueles que conheço parte do caminho, hoje não os quero a eles!

E, então, no meio deste emaranhado que é o meu querer não querendo, relembro algo que um dia li: "E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar."

O coração indica-me um caminho, a mente outro, e por mais que o queira, não consigo ignorá-la.